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Livro As cidades invisíveis: Perínzia
Projeto gráfico de livro de narrativa visual com aplicação de colagem fotográfica sobre papel.
Narrativa visual sobre Perínzia, cidade do livro "Cidades Invisíveis", de Ítalo Calvino.
Perínzia é uma cidade surreal e dramática, que deveria refletir a ordem dos deuses mas foi habitada por monstros. A narrativa se inicia em um tom leve e progressivamente, se torna tensa. Através dos elementos e composições visuais, este livro transmite ao leitor a tensão, dramaticidade e surrealismo do conto e da cidade.
O background representa o céu, com cores artificiais. Surreal, tenso e dramático. A cor fica mais artificial a cada página. A tensão e a dramaticidade são progressivas, conforme o conteúdo. A aquarela também traz a feminilidade da cidade, que tem nome de mulher.
As colagens de fotos de elementos da narrativa, fora de seu contexto natural, são inspiradas nas colagens surrealistas e geram poesia visual.
Há tensão e dramaticidade progressivas conforme o conteúdo: as imagens ficam mais tétricas e pesadas, ao decorrer das páginas.
A tipografia vem de acordo com o conteúdo. A forma e composição dos tipos, e o posicionamento e forma das caixas de texto auxiliam visualmente o leitor a atingir a profundidade do que é narrado.
Cartaz Lighting Piece, Yoko Ono 1955
Cartaz com representação conceitual geométrica e tipográfica de "instruction" de Yoko Ono
66x92 cm
O cartaz traz a Lighting Piece, 1955 de Yoko Ono: “Light a match and watch till it goes out” (acenda um fósforo e observe até que ele se apague).
A instruction fala sobre a observação do processo que ocorre entre o acender e o apagar de um fósforo.
Ao trazer o acender e o apagar, a instruction traz os extremos, representados pelo contraste entre a luz e o breu, o claro e o escuro.
Metaforicamente podemos interpretar como o contraste entre o bem e o mal, a vida e a morte, o cheio e o vazio, o tudo ou o nada, dentre muitas outras interpretações envolvendo contrastes e extremos.
Assim, traz a observação do processo de passagem entre dois estados, dois extremos, os quais podem ser qualquer coisa, muito além do claro e escuro.
O cartaz foi feito com colagem de papel e traz as seguintes características:
1) Representação do contraste entre a luz e o breu através da utilização de apenas duas cores em espaços equilibrados - Utilizei somente 2 cores: o preto (representando o extremo breu) e o amarelo (representando a extrema luz), lembrando que metaforicamente a luz e o breu podem ser interpretados como quaisquer outros extremos contrastantes entre si.
As duas cores se chocam em um ponto da composição. Uma vai de encontro a outra. É a luz e o breu se encontrando para que uma possa dominar. O contraste fica bem evidenciado e o cartaz bem mais impactante.
2) Processo de passagem entre a luz e o breu através do preto dominando o amarelo e tipografia - As cores se chocam e ambas conseguem ultrapassar o limite do ponto de choque, de modo que o amarelo invade o preto e o preto, o amarelo.
No momento em que uma cor invade a outra, ambas assumem as formas tipográficas do conteúdo textual do cartaz, o que evidencia ainda mais a invasão. A forma tipográfica é estranha à forma chapada que está invadindo, não faz parte dela, o que sugere tratar-se de objeto que ultrapassou o seu limite. Assim, o texto se tornou parte essencial da composição conceitual do cartaz.
O amarelo (agora em forma tipográfica) invade o preto em uma área estreita e contida como um feixe de luz (em continuidade à luz que já existia antes do choque), tentando se expandir e ganhar força no imenso espaço preto ao seu redor, evitando que este domine a composição.
O preto (agora em forma tipográfica) invade o amarelo com força maior, com atitude, ocupando grande parte da área amarela, se sobrepondo consideravelmente a ela, sugerindo que irá, em algum momento, dominar a composição. É a luz dando lugar ao breu. É o fósforo se apagando. É a passagem de um extremo ao outro.
3) O recorte da linha de encontro entre as cores foi feito irregularmente sugerindo estar o preto invadindo o amarelo com nuances, irregularidades semelhantes às do fogo queimando
4) Ao mesmo tempo as formas tipográficas em amarelo podem ser vistas, além de feixe de luz, como um palito de fósforo em relação à luz amarela, agora chama, que emana, ainda viva no cartaz.
Design editorial: Projeto gráfico do livro Design em diálogo
Projeto gráfico com diagramação conceitual inspirada em gráficos conforme o caráter inconstante do conteúdo de entrevista com a designer Jessica Helfand.
A entrevista traz aspectos da vida pessoal e profissional de Jessica, bem como comparações entre opiniões e evolução e decadência de questões.
Assim, a inconstância e comparação definiram o conceito do projeto.
Os gráficos foram minha inspiração, uma vez que expressam visualmente dados, indicando sua constância, inconstância, evolução, decadência, etc.
A ideia então foi fazer com que a mancha de texto assumisse a forma de gráfico, que pudesse representar a variação da questão.
Além dos gráficos, utilizei em determinadas páginas, manchas de textos em tamanhos contrastantes.
O contraste também demonstra a inconstância e comparativismo do conteúdo do texto. Ele está evidenciado também cromaticamente nos capítulos, os quais intercalam o positivo e o negativo.
A publicação assumiu o formato quadrado para que as manchas de texto, como imagem de gráfico, fiquem perceptíveis com mais clareza.
O grid foi dividido em três colunas para que, na página dupla, sejam percebidas seis colunas, consistentes nas barras dos gráficos.
A escolha da tipografia também é conceitual. Escolhi duas famílias de tipos para a composição do projeto: Clarendon LT Std e Bebas Neue que possuem diferenças temporais de estilo. A utilização de ambos em conjunto enfatiza a comparação entre épocas e inconstância do conteúdo textual.
As marcações de parágrafo se deram através de símbolo, sem recuo ou quebra de linha para que o conteúdo das colunas ficasse denso e iqualitário, deixando o desenho dos blocos de gráfico mais evidenciado.
Rebranding MTV
Criação de novo logo e identidade visual para MTV, emissora de TV
Logo composto por símbolo e tipografia.
O símbolo traduz:
play: característica inerente a vídeos e telefisão
M: Ao rotacionarmos o símbolo para a direita, percebe-se um M de MTV
seta para direita: para frente, para o futuro, antenado, juventude
Tipografia:
Desenhada de forma como se desdobrando, o que indica transformação. Transformação e retomada da MTV.
O meio da letra M e o V são destacados pois também podem ser vistos como setas que rotacionadas, representam o play.
Paleta cromática:
A aplicação principal do logo é na cor verde vibrante com preto e cinza. Porém, quando dentro dos programas (que possuem cada qual sua cor) é permitida a aplicação do logo em outras cores (no caso, a cor do respectivo programa).
Logos para programas
Todos os logos de programas vêm em um box e se iniciam com o play, o que dá uma unidade visual entre todos os logos além de o harmonizarem com o logo principal. Ainda, isso garante a aplicação e legibilidade perfeita quando aplicados sobre vídeos.
Cada logo traz inserido na tipografia um símbolo que tenha a ver com o seu próprio tema
Cada logo traz uma cor específica, seguindo uma paleta com cores vibrantes.
Mochilão MTV
Trata-se de um programa de viagem e por esse motivo a letra O é formada por um pin de localização que remete a esse universo
Identidade visual, naming e logotipo para empresa de consultoria
marca = valores + naming + logotipo
Criação de marca para empresa de consultoria a partir de seus valores, quais sejam, viabilização, assistência continuada, sustentabilidade, comprometimento e mediação.
Foi destacado o valor da assistência continuada que foi representado visualmente, através de gesto manual da palma de uma mão estendida pronta para prestar o auxílio necessário. (vide imagem abaixo).
A mão na posição escolhida para representar o valor, indica que a empresa estará pronta a prestar o serviço ao cliente sempre. Indica um caminho. Indica confiança, uma ajuda a ser prestada, uma mão amiga. Representa assim, não só a assistência continuada, mas também a viabilização e demais valores como confiança, comprometimento etc.
O gesto passou por um processo de abstração, a fim de se transformar em um signo minimalista, com utilização de figura e fundo. O signo originado, conceitualmente representa:
a) Viabilização direta – entes diferentes (laterais brancas 1 e 3 - imagem acima) se incorporam a um ente maior (centro branco 2, resultante na soma das duas laterais) rumo di(reto) a um caminho, um objetivo claro e definido. Vai di(reto) ao ponto;
b) assistência continuada – a forma branca ultrapassa o limite da forma quadrada que a envolve. Ela não se encerra, rompe as barreiras esperadas e continua. Indica a continuidade da assistência.
Para indicar ascensão e progresso do cliente com a prestação do serviço, inverti o signo de modo que apontasse para cima.
A simplificação do símbolo, além de o tornar contemporâneo, possibilita o fácil reconhecimento e memorização da marca, e sua adaptação a todas as aplicações, de tamanho e formato, inclusive digital.
Naming
A nominação da empresa se deu através da fusão das palavras representativas dos valores: CON (confiança, consultoria, continuada) VIA (viabilização e assistência, caminho).
A tipografia escolhida para compor o logo foi a Helvetica Bold em caixa baixa, por ser sem serifa e geometricamente perfeita. A ausência de serifa traz intimidade e “modernidade”; a geometria perfeita traz seriedade, expertise, profissionalismo; a caixa baixa a torna atualizada, antenada; a versão em bold lhe gera consistência.
A aplicação do logotipo em conjunto ao símbolo respeitou o grid de medidas proporcionais. O logotipo ultrapassa a área do símbolo, seguindo o mesmo movimento da forma branca, e indica o rompimento de barreiras, reforçando a continuidade da assistência prestada pela empresa. A área ocupada pela ultrapassagem do logotipo é a mesma da largura da forma branca central, respeitando o grid.
Foi escolhido o PANTONE 7685 C como cor oficial do logo, por ser uma cor que transmite seriedade, profissionalismo e segurança. Além disso, a cor é passível de ser impressa e projetada em diversas escalas cromáticas, sem perder sua identidade.
As versões "preto e branco" e negativa foram construídas de forma a não perder a continuidade da forma, o rompimento de barreiras.
Por todo o seu conceito, a marca, logo e identidade visual representam perfeitamente a empresa e transmitem seus valores ao público.
Cartaz para o filme Vertigo
Cartaz criado conceitualmente através de desfiguração de fotografia e elementos gráficos.
O cartaz refere-se ao filme Vertigo sob um ponto de vista específico: A fobia do personagem que tem pavor de altura e sente vertigem quando se vê nessa situação.
A imagem em preto e branco feita a partir do edifício Mirante do Vale - um prédio na região central de São Paulo (imagem abaixo) - foi desfigurada para dar sentido à ideia de fobia, tensão, confusão e vertigem que se quer passar. A desfiguração se deu através de:
1) Corte da imagem aproximando parte do edifício, deixando à mostra somente algumas de suas janelas.
O enquadramento proporciona pontos de vista diversos ao observador: Ao mesmo tempo que vemos um prédio com janelas, podemos ver um aglomerado de formas geométricas ou uma cidade vista de cima. Traz excesso de informação, sensação de desconforto, tensão, caos e confusão, que são sintomas da fobia e da vertigem.
2) A orientação da imagem do prédio foi invertida de horizontal para vertical, acentuando a sensação de desconforto e confusão causada pela vertigem e também descaracterizando ainda mais a imagem.
3) A utilização da foto em preto e branco aumenta a tensão e desconforto.
4) Interferência de elementos gráficos, quais sejam, formas geométricas retangulares pretas sobre a foto, com espessuras diferentes, que representam a esquadria de uma janela, que por sua vez, também em razão de seu corte, enquadramento e inobservância das regras de luz e sombra, não fica claramente caracterizada.
A inclusão dos elementos representa o olhar a partir da janela, como se o espectador estivesse observando dela, caos e confusão.
Não é possível distinguir se o olhar do observador vem de frente ou de cima, acentuando a sensação de vertigem.
Como o corte não deixa clara a imagem da janela, há observadores que não a enxergarão de fato, mas terão as sensações de confusão e desconforto causadas por essa mistura de formas, que compõem a imagem.
5) A tipografia foi utilizada em tamanho pequeno, encaixada na forma preta, de modo que a letra “ï” pudesse se confundir com uma das formas do prédio, também para gerar confusão.
Assim, com a desfiguração e descaracterização da imagem foi possível deixá-la definida e ao mesmo tempo indefinida, com margem a muitas interpretações.
E, essa pluralidade de interpretações se confundem entre si, causando sensações de incômodo, confusão, excesso de informação (como se tudo começasse a girar em sua cabeça), as quais são experimentadas pelo personagem principal da história.
*Edifício Mirante do Vale
Painel mexicano em xilogravura
Painel inspirado na cultura mexicana.
As imagens dos módulos foram feitas em xilogravura para trazer uma característica rústica, própria da cultura mexicana.
O agrupamento das imagens simula azulejos coloridos, elementos tradicionais do México.
Design de fachada de escola de música
A fachada da "Music School" foi inspirada em elementos e formas que dão vida à música. Pautas e notas musicais são trazidos em réguas de alumínio anodizado com vidro por trás
A fachada da Music School" foi projetada no edifício de uma das lojas Havainas, em São Paulo.
Por se tratar de uma escola de música, o projeto buscou elementos a ela relacionadas.
As linhas horizontais foram utilizadas como o principal elemento conceitual do projeto, pois aparecem em praticamente todos os objetos e elementos musicais: nos pentagramas de partituras, nas cordas de instrumentos, nos braços de guitarra, nas aberturas de captação de som em alguns modelos de microfone, nas aberturas de saída de som em modelos de rádio, dentre muitos outros. Elas estão na captação, transmissão, criação e tradução da música. Sem esses elementos, a música não acontece.
As notas musicais, signos que possibilitam a tradução visual da música, foram aliadas às linhas horizontais na fachada da escola, para traduzir visual e claramente um pentagrama musical, por trás de todo o conceito existente.
A música é abstrata e as partituras lhe concedem forma concreta. O prédio da escola é (de) concreto e a alusão que a fachada faz à partitura, lhe concede melodia, abstração.
Além disso, o minimalismo de formas e elementos na fachada, a deixaram contemporânea.
As pautas foram dispostas com espaçamento suficiente a criar um efeito de brise, com vãos que permitem a visualização interna, executadas em réguas de alumínio anodizado preto. As notas musicais foram executadas no mesmo material e espessura das pautas para que se integrem como um todo.
Os vãos trazem aberturas que revelam o interior do ambiente, o que causa nas pessoas a sensação de acolhimento, fazendo com que se sintam à vontade para conhecer o local.
O fechamento da fachada da edificação se deu através de uma parede de vidro laminado, localizada atrás do pentagrama.
A porta é pivotante em vidro preto, com aplicação do logo feito em letras caixa.
Assim, unindo elementos figurativos e abstratos, totalmente conceituais, que o projeto da fachada da "Music School" foi concebido.
Posters Lendas do Rock
Cartazes minimalistas referentes a lendas do rock, com texturas para jogo de quadros.
As pessoas representadas nele são, nessa ordem:
1) Paul Stannley (KISS)
2) Gene Simmons (KISS)
3) Axl Rose (Guns n' Roses)
4) Slash (Guns n' Roses)
5) Freddie Mercury (Queen)